2022


24 de Março | Diana Niepce

DESASSOSSEGOS DO CORPO

Uma conversa com uma jardineira das artes, bailarina, coreógrafa, escritora que nos traz experiências e desassossegos emergentes da vivência e questionamento do Corpo na tessitura do mundo, da cidade, dos espaços do agora-agora.

Fotografia de Alipio Padilha

Diana Niepce é bailarina, coreógrafa e escritora. Formou-se na Escola Superior de Dança, fez Erasmus na Teatterikorkeakoulun (em Helsínquia), fez Mestrado em Arte e Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, completou a formação CPGAE do Forum Dança e é também professora habilitada de hatha-yoga.

É criadora da peça de circo contemporâneo “Forgotten Fog” (2015) e das peças de dança “Raw a nude” (2019), “12 979 Dias” (2019), “Dueto” (2020), “T4” (2020) e “Anda, Diana” (2021). Enquanto bailarina e performer colaborou com o Bal-Moderne – Companhia Rosas, Felix Ruckert, Willi Dorner, António Tagliarini, Daria Deflorian, La fura del baus, May Joseph, Sofia Varino, Miira Sippola, Jérôme Bel, Ana Borralho e João Galante, Ana Rita Barata e Pedro Sena Nunes, Mariana Tengner Barros, Rui Catalão, Rafael Alvarez, Adam Benjamin, Diana de Sousa e Justyna Wielgus. Fez direção artística e formadora da Formação de introdução às artes performativas para artistas com deficiência na Biblioteca de Marvila – CML (2020). 

Publicou um artigo no livro “Anne Teresa de Keersmaeker em Lisboa” (ed. Egeac/INCM), o conto infantil “Bayadére” (ed. CNB), o poema “2014” na revista Flanzine, o artigo “Experimentar o corpo” no jornal de artes performativas Coreia e o livro “Anda, Diana” (ed. Sistema Solar). Júri do prémio Acesso Cultura 2018 e Júri oficial do Festival – Inshadow 2018 e Júri do programa NCED – Eu solidarity 2021.


24 de Fevereiro | Franz Buhr & Sara  Larrabure

TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM COMERCIAL NA FREGUESIA DA MISERICÓRDIA: NOVOS PADRÕES, NOVOS HÁBITOS, NOVAS EXCLUSÕES

Nos últimos 10 anos (2011-2021), a freguesia da Misericórdia em Lisboa perdeu mais de 25% de sua população residente, uma perda maior do que em qualquer outra freguesia da cidade. No entanto, as ruas do Cais do Sodré, do Bairro Alto, ou da Bica parecem mais cheias de gente que nunca. Novas populações passaram a habitar essa zona, de forma mais ou menos temporária, ou apenas de visita, por alguns dias. O valor das casas e das rendas disparou, o alojamento local proliferou, e a paisagem comercial da freguesia também passou por mudanças estruturais. Nessa conversa, discutiremos alguns resultados preliminares de um projeto de investigação em curso sobre a transformação comercial da freguesia. Quais padrões encontramos no surgimento de novas lojas e no desaparecimento de outras? Quem está a consumir (n)a freguesia? Qual o impacto dessas mudanças nos hábitos das populações residentes mais antigas? Que processos de exclusão podemos observar? De forma a trazer contributos para essa discussão, apresentaremos alguns dados produzidos no âmbito do projeto europeu SMARTDEST ao longo de 2021.

Franz Buhr é investigador do Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa. Franz escreve sobre migrações, cidades, e sobre métodos visuais, e tem interesse especial em como novos padrões de mobilidade e migração estão ligados a transformações na espaço urbano.
Sara Larrabure é arquiteta e doutoranda em geografia humana no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa. Seu projeto trata do processo de turistificação da freguesia da Misericórdia a partir de uma perspectiva de género, e procura perceber de que forma as mulheres têm suas rotinas impactadas pelo processo de transformação da zona.