continuando…

19 de Janeiro | 14h

Des-desenhar a cidade: pesquisa urbana por e com crianças

com Kitti Baracsi @periferiasdibujadas

O que podemos aprender e desaprender com as crianças sobre a cidade? Ao “des-desenhar” os nossos bairros com crianças através de processos que envolvem contra-cartografias, desenhos etnográficos, criações sonoras, desenhos animados, banda desenhada e muito mais, questionamos o conhecimento hegemónico sobre eles: abrimos um espaço em que se reconhece que todes sabemos alguma coisa e todes podemos aprender mais sobre o nosso contexto, e sobretudo que este conhecimento deve ser criado em diálogo entre diversas vivências. O adultocentrismo está profundamente enraizado nos formatos e nos espaços de produção de conhecimento sobre a(s) cidade(s), incluso naqueles que pretendem ser ‘participativos’. Como podemos nós pessoas adultas, implicadas em pensar a cidade, combater essa injustiça epistémica? A conversa propõe uma viagem por umas experiências, práticas e muitas falhas com o objetivo de criar um espaço de reflexão honesta, não só sobre pensar as cidades com crianças, mas mais amplamente sobre as dinâmicas de poder na produção de conhecimento.

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8 de Julho | 16H30

Migrantas en Reconquista

Projeção do filme Migrantas en Reconquista (35′) e conversa com Natalia Gavazzo e Ana Estevens 

Rua do Vale de Santo António, Nº 90 – R/C (filme) e conversa nas Escadinhas Bairro América

(ES) Migrantas en Reconquista es una recopilación de imágenes e ideas registradas entre 2019 y 2022 en el marco de un proyecto de investigación-acción financiado por el International Development Research Council (IDRC) y la Universidad Nacional de San Martin (UNSAM). Este proyecto buscó entender los vínculos entre cambio climático, género y migración a partir del conocimiento y fortalecimiento de las estrategias socioambientales de las mujeres migrantes que habitan los 13 barrios ubicados en el “fondo” del Municipio de San Martin en el Gran Buenos Aires, a orillas del Rio Reconquista y a pasos del basural mas grande del pais, el CEAMSE. A partir del relato de sus historias, las migrantas explican los problemas que enfrentan y describen las tareas de cuidados comunitarios que encaran a diario, pero sobre todo explican los saberes que han aprendido y desplegado para garantizar la subsistencia de esta población que vive entre la degradación ambiental, la segregación urbana y las luchas por el acceso a derechos. 

Además de registros y entrevistas en distintas acciones realizadas por sus organizaciones en territorio, se muestran actividades y producciones generadas desde el proyecto y se recogen reflexiones ocurridas en el marco de la diplomatura que -desde una pedagogía crítica- ofició como cierre en 2022.  Allí, todas -migrantas e investigadoras- sentipensamos juntas respecto de las potencias de sus distintos saberes (locales, ancestrales, de las mujeres, de las cuidadoras, de la experiencia, del reciclado, de la confección textil, de la cocina y del trabajo, entre tantos otros no reconocidos) y sobre todo buscamos su necesaria vinculación con -y valorización desde- el conocimiento científico producido en espacios académicos. Y en esta sinergia, descubrimos que el arte (su producción colectiva, entre mujeres, con afecto y compromiso) es una herramienta privilegiada para generar conocimientos más adecuados a las realidades que queremos explicar y transformadores de las desigualdades que se intersectan en la vida de las mujeres migrantes de las periferias urbanas del Sur como el Area Reconquista.

(PT) Migrantas en Reconquista é uma compilação de imagens e ideias registradas entre 2019 e 2022 no âmbito de um projeto de pesquisa-ação financiado pelo International Development Research Council (IDRC) e pela Universidade Nacional de San Martin (UNSAM). Este projeto buscou entender os vínculos entre mudança climática, gênero e migração a partir do conhecimento e fortalecimento das estratégias socioambientais de mulheres migrantes que habitam os 13 bairros localizados no “fundo” do Município de San Martin na Grande Buenos Aires, às margens do Rio Reconquista e na proximidade do maior lixão do país, o CEAMSE. Com base em suas histórias, as migrantas explicam os problemas que enfrentam e descrevem as tarefas de cuidado comunitário que enfrentam no dia a dia, mas, acima de tudo, explicam os conhecimentos que aprenderam e aplicaram para garantir a subsistência dessa população que vive em meio à degradação. meio ambiente, segregação urbana e luta pelo acesso a direitos. Além de registros e entrevistas em diferentes ações realizadas por suas organizações no território, são mostradas atividades e produções geradas a partir do projeto e reflexões que ocorreram no âmbito do diploma que – a partir de uma pedagogia crítica – oficiou como encerramento em 2022. Ali, todas nós -migrantas e pesquisadoras- sentipensamos juntas o poder de seus diferentes saberes (local, ancestral, feminino, cuidador, da experiência, do reciclagem, da produção textil, da culinária e do trabalho, entre tantos outros não reconhecidos) e acima de todo procuramos a sua necessária vinculação com -e valorização a partir- do conhecimento científico produzido nos espaços acadêmicos. E nessa sinergia, descobrimos que a arte (sua produção coletiva, entre mulheres, com afeto e compromisso) é uma ferramenta privilegiada para gerar conhecimento mais adequado às realidades que queremos explicar e transformador das desigualdades que se cruzam/intersectam nas vidas mulheres migrantes das periferias urbanas do Sul, como a Área da Reconquista.

* Esta sessão do CRIAR CORPO CRIAR CIDADE, integrada no Pedras 23 | O canto da Pedra, conta com o apoio do CICS.NOVA, Faculdade de Ciencias Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

16 de Março | 13H30

O quarteirão da frente

Vamos conversar?

Da Ana para a Sofia…

Às vezes a urgência do tempo não nos deixa ter tempo para conversar. Estamos juntas num lugar mas logo a seguir temos de sair e as perguntas e as respostas ficam no ar. Ontem na tua aula da manhã falaste desse tempo rápido que dá uma pressa em certos momentos mas que depois, de repente, desaparece e fica tudo parado. Mas então deixou de ser urgente? Porque é que a pressa desapareceu?

O “quarteirão da frente” é um exemplo muito claro da pressa e da paragem repentina. Em 2010 o proprietário, uma seguradora, vendeu todo o quarteirão a um fundo imobiliário e este tinha como objectivo: “recuperar estes prédios, que têm interesse cultural e constituem património classificado, e dar-lhes um aproveitamento condigno, destinando-os a comércio e serviços. A parte mais nobre deste conjunto de edifícios destina-se a um estabelecimento hoteleiro com categoria não inferior a quatro estrelas” (Relatório de gestão do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado ‘Corpus Christi’, 2010). Em 2013 começaram a chegar as cartas de despejo a casa dos poucos habitantes e às lojas dos comerciantes:

“A Câmara pretende transformar isto em hotéis. A Baixa não pode ter este destino. Terão de ser as forças vivas a fazer, realmente, essa pressão” (24’31 | Pedras d’água 2013 [parte 1]). “A Baixa está a tomar um caminho que não é aquele que traçaram no plano. O plano não está a ser seguido na política de licenciamento que a câmara está a fazer. A Baixa está tomada, a maior parte destes prédios, está em poder de fundos imobiliários. Desde 2007-2008 que isso acontece. Primeiro foram os espanhóis, agora são os fundos imobiliários nacionais.” (24’32 | Pedras d’água 2013 [parte 1]).

O processo continuou: despejos, esvaziamentos, violência, demolições, interesses, poderes, obras, barulho, pó… mas depois parou! Os trabalhadores desapareceram, a grua parou de funcionar, o barulho parou.

E agora? O amanhã foi assim… O futuro já foi ou ainda há uma brecha qualquer com muitos poros e rugas?

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24 de Novembro | 15H

praticar ervas-daninhas?

ervas-daninhas são corpos que brotam em um movimento de criar espaço por entre as frestas das cidades, entulhos, ruínas.
aprendendo com essas existências, fica um convite a habitar o espaço urbano – mundo – a partir de acessos possíveis que estão em suas brechas: praticar uma casa-daninha.

a casa-daninha é um espaço que brota em recife, e se espalha, no convite à experimentação de processos coletivos de investigação artística. a presença e a  criação de um corpo sensível, potente, poroso aos afetos do mundo e sedento por encontro é um ponto de partida para se experimentar o caminhar, a presença, o movimento, a escrita, o vozear de leituras e procedimentos e linguagens de documentação. o que pode ser o encontro e um lugar de criação de outras narrativas e realidades que só existem na experiência? por essas perguntas a casa-daninha se move.

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guilherme allain é artista recifense que caminha por formações em comunicação, sociologia e dança, com alguns anos vividos entre Brasil, França e Portugal. pratica e investiga o encontro com a cidade como território de (re)invenção e experimentação de educações, ecologias, poesias, linguagens e relações. movido pela pergunta do que é ser corpo-cidade-comum, caminha junto ao coletivo c.e.m desde maio 2019. desde janeiro 2021. ajardina desde 2020 a casa-daninha, espaço imaterial de investigação artística que brota pelas brechas urbanas.

LOCAL

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1 de Julho | 18h30

Encontros partilhados: desafios para o acesso à habitação e à cidade em Buenos Aires

Reuniones compartidas: desafíos para el acceso a la vivienda y la ciudad en Buenos Aires

Projeção de “TRAYECTORIAS RESIDENCIALES” (10′) de Mariana Mazover y Mercedes Najman

En escena, una socióloga y su data-entry. Juntas intentan traducir al discurso teatral el proceso de investigación sociológica. El tema: la vivienda social. El territorio: El Complejo Barrio Padre Mugica. El problema estético: ¿Cómo, quién, desde dónde se narra al otro? ¿Bajo qué formas, con qué procedimientos se representan sus conflictos, sus biografías, sus experiencias y sus voces?

Testimonios, proyecciones, material de archivo, fotografías, encuestas y cuestionarios, diarios de campo y un sinfín de extraños objetos se conjugan en un atractivo dispositivo escénico en el que se cruzan la academia, la sociología y el teatro.

Trayectorias residenciales es un proyecto de teatro documental basado en la experiencia de investigación sociológica de Mercedes Najman en el Complejo de Vivienda Social “Barrio Padre Mugica” y en su Tesis de Maestría “Construcción de vivienda social ¿motor para la inclusión?, impactos sobre el territorio y las estructuras de oportunidades de sus habitantes” creado por el colectivo Bola de Nieve.

com Julieta Altschuler (ARG), Natalia Lerena Rongvaux (ARG), Facundo Corti (ARG), Sofía Lifszyc (ARG), Mercedes Najman (ARG), Ana Estevens (PT) e Virginia Gutiérrez (ES)

LOCAL

Largo do Convento da Encarnação

* Esta sessão do CRIAR CORPO CRIAR CIDADE, integrada no Pedras 22 | 1º Festival SonHoro conta com o apoio do projecto SMARTOUR – Turismo, alojamento local e reabilitação: políticas urbanas inteligentes para um futuro sustentável (PTDC/GES-URB/30551/2017) e da Red Iberoamericana de Conflictos Urbanos

12 de Abril | 14H30

Je suis partout et nulle part à la fois

Nesta sessão será exibido o filme etnográfico “Je suis partout et nulle part à la fois” (2021, 41′), seguido de conversa com Amandine Desille. Neste filme, acompanhamos a entrada na vida adulta de Filipe e Hugo enquanto passam o verão na região de Trás-os-Montes. Através de memórias de infância, de verões preguiçosos e cheios de tédio, e dos seus anseios por uma vida melhor, o filme explora a relação ambígua que estes jovens têm com o Portugal rural, mas também as suas habilidades em transitar entre as suas múltiplas identidades, línguas e espaços de vida. O filme é falado em francês e português, com legendas em inglês. Foi realizado no quadro do projeto MigRural, financiado pela Ação Marie Curie no Programa “Horizon 2020”. 

Amandine Desille, Investigadora de Pós-doctoramento no UMR-Passages, Bordeaux; Membro Associada de MIGRARE, IGOT-ULisboa. Amandine é investigadora pós-doutorada em governação local de migrações para o projecto Localacc na Universidade de Bordéus (França). É também co-fundadora do Laboratório INTEGRIM, e membro associado do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. Realiza investigação baseada em metodologias visuais e filmou dois filmes etnográficos. Antes disso, trabalhou para várias ONG e organizações internacionais, entre as quais a UNIDO e a OIT. É doutorada em Geografia pela Universidade de Poitiers e Universidade de Telavive.

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24 de Março | 16H

[adiado]

DESASSOSSEGOS DO CORPO

Uma conversa com uma jardineira das artes, bailarina, coreógrafa, escritora que nos traz experiências e desassossegos emergentes da vivência e questionamento do Corpo na tessitura do mundo, da cidade, dos espaços do agora-agora.

Diana Niepce é bailarina, coreógrafa e escritora. Formou-se na Escola Superior de Dança, fez Erasmus na Teatterikorkeakoulun (em Helsínquia), fez Mestrado em Arte e Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, completou a formação CPGAE do Forum Dança e é também professora habilitada de hatha-yoga.

É criadora da peça de circo contemporâneo “Forgotten Fog” (2015) e das peças de dança “Raw a nude” (2019), “12 979 Dias” (2019), “Dueto” (2020), “T4” (2020) e “Anda, Diana” (2021). Enquanto bailarina e performer colaborou com o Bal-Moderne – Companhia Rosas, Felix Ruckert, Willi Dorner, António Tagliarini, Daria Deflorian, La fura del baus, May Joseph, Sofia Varino, Miira Sippola, Jérôme Bel, Ana Borralho e João Galante, Ana Rita Barata e Pedro Sena Nunes, Mariana Tengner Barros, Rui Catalão, Rafael Alvarez, Adam Benjamin, Diana de Sousa e Justyna Wielgus. Fez direção artística e formadora da Formação de introdução às artes performativas para artistas com deficiência na Biblioteca de Marvila – CML (2020). 

Publicou um artigo no livro “Anne Teresa de Keersmaeker em Lisboa” (ed. Egeac/INCM), o conto infantil “Bayadére” (ed. CNB), o poema “2014” na revista Flanzine, o artigo “Experimentar o corpo” no jornal de artes performativas Coreia e o livro “Anda, Diana” (ed. Sistema Solar). Júri do prémio Acesso Cultura 2018 e Júri oficial do Festival – Inshadow 2018 e Júri do programa NCED – Eu solidarity 2021.

LOCAL

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Fotografia de Alipio Padilha