
16 de Março | 13H30
O quarteirão da frente
Vamos conversar?
Da Ana para a Sofia…
Às vezes a urgência do tempo não nos deixa ter tempo para conversar. Estamos juntas num lugar mas logo a seguir temos de sair e as perguntas e as respostas ficam no ar. Ontem na tua aula da manhã falaste desse tempo rápido que dá uma pressa em certos momentos mas que depois, de repente, desaparece e fica tudo parado. Mas então deixou de ser urgente? Porque é que a pressa desapareceu?
O “quarteirão da frente” é um exemplo muito claro da pressa e da paragem repentina. Em 2010 o proprietário, uma seguradora, vendeu todo o quarteirão a um fundo imobiliário e este tinha como objectivo: “recuperar estes prédios, que têm interesse cultural e constituem património classificado, e dar-lhes um aproveitamento condigno, destinando-os a comércio e serviços. A parte mais nobre deste conjunto de edifícios destina-se a um estabelecimento hoteleiro com categoria não inferior a quatro estrelas” (Relatório de gestão do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado ‘Corpus Christi’, 2010). Em 2013 começaram a chegar as cartas de despejo a casa dos poucos habitantes e às lojas dos comerciantes:
“A Câmara pretende transformar isto em hotéis. A Baixa não pode ter este destino. Terão de ser as forças vivas a fazer, realmente, essa pressão” (24’31 | Pedras d’água 2013 [parte 1]). “A Baixa está a tomar um caminho que não é aquele que traçaram no plano. O plano não está a ser seguido na política de licenciamento que a câmara está a fazer. A Baixa está tomada, a maior parte destes prédios, está em poder de fundos imobiliários. Desde 2007-2008 que isso acontece. Primeiro foram os espanhóis, agora são os fundos imobiliários nacionais.” (24’32 | Pedras d’água 2013 [parte 1]).
O processo continuou: despejos, esvaziamentos, violência, demolições, interesses, poderes, obras, barulho, pó… mas depois parou! Os trabalhadores desapareceram, a grua parou de funcionar, o barulho parou.
E agora? O amanhã foi assim… O futuro já foi ou ainda há uma brecha qualquer com muitos poros e rugas?
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centro em movimento | Rua dos Fanqueiros 150 – 1º, Lisboa
Zoom Meeting ID: 230 260 1308 | Passcode: 123

24 de Novembro | 15H
praticar ervas-daninhas?
ervas-daninhas são corpos que brotam em um movimento de criar espaço por entre as frestas das cidades, entulhos, ruínas.
aprendendo com essas existências, fica um convite a habitar o espaço urbano – mundo – a partir de acessos possíveis que estão em suas brechas: praticar uma casa-daninha.
a casa-daninha é um espaço que brota em recife, e se espalha, no convite à experimentação de processos coletivos de investigação artística. a presença e a criação de um corpo sensível, potente, poroso aos afetos do mundo e sedento por encontro é um ponto de partida para se experimentar o caminhar, a presença, o movimento, a escrita, o vozear de leituras e procedimentos e linguagens de documentação. o que pode ser o encontro e um lugar de criação de outras narrativas e realidades que só existem na experiência? por essas perguntas a casa-daninha se move.
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guilherme allain é artista recifense que caminha por formações em comunicação, sociologia e dança, com alguns anos vividos entre Brasil, França e Portugal. pratica e investiga o encontro com a cidade como território de (re)invenção e experimentação de educações, ecologias, poesias, linguagens e relações. movido pela pergunta do que é ser corpo-cidade-comum, caminha junto ao coletivo c.e.m desde maio 2019. desde janeiro 2021. ajardina desde 2020 a casa-daninha, espaço imaterial de investigação artística que brota pelas brechas urbanas.
LOCAL
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1 de Julho | 18h30
Encontros partilhados: desafios para o acesso à habitação e à cidade em Buenos Aires
Reuniones compartidas: desafíos para el acceso a la vivienda y la ciudad en Buenos Aires
Projeção de “TRAYECTORIAS RESIDENCIALES” (10′) de Mariana Mazover y Mercedes Najman
En escena, una socióloga y su data-entry. Juntas intentan traducir al discurso teatral el proceso de investigación sociológica. El tema: la vivienda social. El territorio: El Complejo Barrio Padre Mugica. El problema estético: ¿Cómo, quién, desde dónde se narra al otro? ¿Bajo qué formas, con qué procedimientos se representan sus conflictos, sus biografías, sus experiencias y sus voces?
Testimonios, proyecciones, material de archivo, fotografías, encuestas y cuestionarios, diarios de campo y un sinfín de extraños objetos se conjugan en un atractivo dispositivo escénico en el que se cruzan la academia, la sociología y el teatro.
Trayectorias residenciales es un proyecto de teatro documental basado en la experiencia de investigación sociológica de Mercedes Najman en el Complejo de Vivienda Social “Barrio Padre Mugica” y en su Tesis de Maestría “Construcción de vivienda social ¿motor para la inclusión?, impactos sobre el territorio y las estructuras de oportunidades de sus habitantes” creado por el colectivo Bola de Nieve.
com Julieta Altschuler (ARG), Natalia Lerena Rongvaux (ARG), Facundo Corti (ARG), Sofía Lifszyc (ARG), Mercedes Najman (ARG), Ana Estevens (PT) e Virginia Gutiérrez (ES)
LOCAL
Largo do Convento da Encarnação
* Esta sessão do CRIAR CORPO CRIAR CIDADE, integrada no Pedras 22 | 1º Festival SonHoro conta com o apoio do projecto SMARTOUR – Turismo, alojamento local e reabilitação: políticas urbanas inteligentes para um futuro sustentável (PTDC/GES-URB/30551/2017) e da Red Iberoamericana de Conflictos Urbanos

12 de Abril | 14H30
Je suis partout et nulle part à la fois
Nesta sessão será exibido o filme etnográfico “Je suis partout et nulle part à la fois” (2021, 41′), seguido de conversa com Amandine Desille. Neste filme, acompanhamos a entrada na vida adulta de Filipe e Hugo enquanto passam o verão na região de Trás-os-Montes. Através de memórias de infância, de verões preguiçosos e cheios de tédio, e dos seus anseios por uma vida melhor, o filme explora a relação ambígua que estes jovens têm com o Portugal rural, mas também as suas habilidades em transitar entre as suas múltiplas identidades, línguas e espaços de vida. O filme é falado em francês e português, com legendas em inglês. Foi realizado no quadro do projeto MigRural, financiado pela Ação Marie Curie no Programa “Horizon 2020”.
Amandine Desille, Investigadora de Pós-doctoramento no UMR-Passages, Bordeaux; Membro Associada de MIGRARE, IGOT-ULisboa. Amandine é investigadora pós-doutorada em governação local de migrações para o projecto Localacc na Universidade de Bordéus (França). É também co-fundadora do Laboratório INTEGRIM, e membro associado do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. Realiza investigação baseada em metodologias visuais e filmou dois filmes etnográficos. Antes disso, trabalhou para várias ONG e organizações internacionais, entre as quais a UNIDO e a OIT. É doutorada em Geografia pela Universidade de Poitiers e Universidade de Telavive.
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24 de Março | 16H
[adiado]
DESASSOSSEGOS DO CORPO
Uma conversa com uma jardineira das artes, bailarina, coreógrafa, escritora que nos traz experiências e desassossegos emergentes da vivência e questionamento do Corpo na tessitura do mundo, da cidade, dos espaços do agora-agora.
Diana Niepce é bailarina, coreógrafa e escritora. Formou-se na Escola Superior de Dança, fez Erasmus na Teatterikorkeakoulun (em Helsínquia), fez Mestrado em Arte e Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, completou a formação CPGAE do Forum Dança e é também professora habilitada de hatha-yoga.
É criadora da peça de circo contemporâneo “Forgotten Fog” (2015) e das peças de dança “Raw a nude” (2019), “12 979 Dias” (2019), “Dueto” (2020), “T4” (2020) e “Anda, Diana” (2021). Enquanto bailarina e performer colaborou com o Bal-Moderne – Companhia Rosas, Felix Ruckert, Willi Dorner, António Tagliarini, Daria Deflorian, La fura del baus, May Joseph, Sofia Varino, Miira Sippola, Jérôme Bel, Ana Borralho e João Galante, Ana Rita Barata e Pedro Sena Nunes, Mariana Tengner Barros, Rui Catalão, Rafael Alvarez, Adam Benjamin, Diana de Sousa e Justyna Wielgus. Fez direção artística e formadora da Formação de introdução às artes performativas para artistas com deficiência na Biblioteca de Marvila – CML (2020).
Publicou um artigo no livro “Anne Teresa de Keersmaeker em Lisboa” (ed. Egeac/INCM), o conto infantil “Bayadére” (ed. CNB), o poema “2014” na revista Flanzine, o artigo “Experimentar o corpo” no jornal de artes performativas Coreia e o livro “Anda, Diana” (ed. Sistema Solar). Júri do prémio Acesso Cultura 2018 e Júri oficial do Festival – Inshadow 2018 e Júri do programa NCED – Eu solidarity 2021.
LOCAL
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Fotografia de Alipio Padilha